terça-feira, 4 de junho de 2013

MINHA EXISTÊNCIA



Não será tão fácil perceber minha existência.
Meu nome não constará de livros.
Não será nome de praça, ou rua, ou biblioteca.
Não serei lembrado por meus feitos.
Não serei citado como exemplo de coisa alguma.
Não será tão fácil perceber minha existência.

Se não tiveres paciência de escacaviar nos restos que se acumulam
Onde vivem os pequenos vermes que se alimentam das migalhas de sonhos esquecidos
Não saberás que eu estive aqui.
Mas, se procurares com cuidado e tiveres curiosidade suficiente
De levantar pequenas pedras, ao pé de velhos muros
E sentir este cheirinho de umidade que fica embaixo das pedras há muito tempo paradas
Então, poderás perceber que eu estive aqui.

Se continuares buscando ainda, depois de tudo isso
Talvez nalgum pequeno livro, insignificante,
Um verso inexpressivo denuncie meu nome.
E então, aos poucos, saberás com certeza que eu estive aqui.
E aí, poderás fechar os olhos e continuarás me vendo
Pois estarás convicto da minha existência.
Mesmo que ninguém mais acredite, saberás que eu estive aqui. 
  


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