Lá pras bandas do pantanal, mora um poeta que fotografou o silêncio.
Tenho inveja dele, eu não consigo.
Como seria bom, ter uma foto do silêncio, guardada.
Quando o barulho fosse maior que o suportável
Era só olhar a foto, e ele estaria lá,
O silêncio com todas as suas cores.
Do silêncio eu só tenho lembranças.
Um dia cheguei a tocá-lo.
Era alguma coisa entre meio dia e uma hora da tarde.
O tempo não se movia.
O sol ardia na poeira do caminho.
Um cachorro latia por obrigação.
O silêncio passou por mim, tocou em meu braço,
Fez um afago no meu rosto e seguiu.
Dobrou na esquina e subiu rumo ao mar
Gracioso e terno como um concerto de Mozart.
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