As coisas grandes me assustam.
Atônito, corro delas.
Quanto mais corro, mais elas me perseguem.
A saída é fechar os olhos.
Quando fecho os olhos, sim,
Vejo as coisinhas pequenas e sou feliz.
Uma teiazinha de aranha no canto da parede.
Um botão da camisa, quase solto
E o teu sorriso, quase imperceptível,
Mas que se derrama em mim
E transborda para a rua,
Para o trânsito, para a vida.
Busco essas coisinhas, todo dia,
Pequenas, indispensáveis.
Na praia, não olho o mar.
Olho as conchinhas que ficam na areia.
Cato algumas e levo-as comigo.
É assim que guardo a felicidade.
Em pedacinhos, nos bolsos ou nas dobras do pensamento.
Tua mãozinha tocando meu rosto,
Teus dedinhos alisando meus cabelos,
Tua alegria infantil na minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário