sábado, 18 de maio de 2013

EU




Não, eu não quero saber dos valentes, dos vencedores, dos inteligentes.
Não venham me falar dos persistentes, dos esperançosos ou coisa que os valha.
Definitivamente, não quero saber dos espíritos superiores.
Eu quero é andar junto dos hipócritas, dos covardes, dos inqualificáveis.
Daqueles que são capazes dos atos mais vergonhosos.
Gente que foge da guerra
Que cobre os olhos com as mãos
Quando a lâmina se aproxima.
Estes sim, são meus irmãos.
Um dia quis ser valente, igual a todos.
No entanto, faltou-me forças 
E a minha valentia fez-se falsa, sem vigor.
Ainda tentei fingir.
Mas todos que me olhavam
Logo viam a minha farsa
Riam da minha coragem.
Então aos poucos, fui aprendendo a conviver comigo.
Caminhando com os meus medos.
Covardemente, trilhando minhas ruas.
Fugindo dos confrontos,
Negando o que afirmo, dizendo o que não sei...
E sendo sempre assim, pária do mundo.   

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