domingo, 16 de setembro de 2018

SONHO

Eu não faço pão
Não lavro a terra
Mas eu também uso as mãos
Eu faço versos.
Quando chega o tempo da colheita
Colho poemas.

Se os poemas fossem pães
Eu levaria para os que tem fome.
E eles, agora, saciados
Saberiam a hora de morrer, não morreriam.

Os poemas atravessam os homens
Cada som, cada brisa, cada sonho...
Revelam como podemos ser inúteis
E ao mesmo tempo, imortais, imprescindíveis.
O instante que surge é para sempre
E o sonho do homem, agora, é o próprio homem.

Não há mais fronteiras e as palavras
Como luzes viajam no universo.
Eu faço versos com as mãos
Assim como quem faz um pão
E ofereço meus versos para quem tem fome.

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