sábado, 14 de setembro de 2013

PARA UM MORTO

Nascer, abrir os olhos, ter um nome.
Observar o mundo por um tempo, pouco tempo.
Depois, fechar os olhos para sempre.

Jamais falar palavra ou compreendê-las.
Ter tempo apenas de sorrir inconsciente
E chorar quando a febre era mais quente.

E se a morte não fosse certa?
Será que teria filhos, será que andaríamos juntos?
Mostraria-lhe os caminhos que sozinho percorri.

Porque eu tive mais tempo de caminhar sobre a terra?
E sentir toda essa ausência que em mim ficou, todo dia?
Aonde foste meu irmão, com teu sorriso?

Quantas febres suportei e aqui estou?
Em ti, o choro, a reza e os os remédios foram inúteis.
Aonde foste meu irmão, com teu sorriso? 

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário