Quem sou eu
quarta-feira, 8 de maio de 2013
RESIGNAÇÃO
O que eu queria mesmo
Era não saber o que eu sei.
Mas, infelizmente eu sei.
Eu sei que arma apontada
No rosto é humilhação.
Eu sei que perder dinheiro
É melhor que perder a vida.
Porém, o ressentimento
Faz querer ir pra Orlando
E nunca mais vir aqui.
Eu sei que vida roubada
Causa ferida incurável.
E mesmo sendo pecado
Faz querer matar também.
Eu sei que as forças são poucas,
Os cabelos já branqueiam
Não dá mais pra revoltar-se.
Eu sei que fazer poemas
Também não resolve nada.
A fome será a mesma
E a falta de amor também.
Eu sei que quando anoitece
Surge uma calma aparente.
Mas quando a noite termina
O desespero é o mesmo.
E às dores que nós sentimos
Juntam-se as dores do mundo.
E tornam-se uma dor só.
A dor de todos os homens.
Mas o que posso fazer?
Votar, gritar, fazer bomba?
Dinamitar Nova York
É tarefa complicada.
Então, melhor procurar
No monturo, nos escombros
A matéria que edifica
E que o homem foi perdendo
E agora lhe faz falta
E assim fazer meu poema.
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