sexta-feira, 3 de maio de 2013

MÃO ÚNICA




Eu sempre lhe endereçava
Uma palavra, um bom dia.
Ela estática que estava,
Estática permanecia.
 
Calada no homizio
Ela nada me dizia.
Nem sequer baixava os olhos,
Nem cara de zombaria.
 
Por cortesia ou carência
De comunicar meu dia.
Eu implorava - responde!
Ela nada me dizia.
 
Palavra não se falava
Só o silêncio se ouvia.
Sem perder a esperança
De atravessar este vidro,
 
Encontrar esta alegria.
Meu corpo não se cansava,
Insistia inutilmente
Até genuflectia-se.
 
E nada, tudo era negro
E luz nenhuma luzia.
Queria saber seu nome
Se esmeralda ou Maria.
 
Será que tinha moléstia?
Ou não me compreendia?
E se ela fosse estrangeira?
Então, por que não sorria?
 
O riso não tem fronteira
Universal como o dia.
Um olhar diz qualquer coisa...
Nada disso acontecia.
 
Ficava eu cá isolado
Querendo ponte, contato
Transpor montes, rios, pedras
Caminhar em duas vias.
 
E enfim penetrar no reino
Da palavra limpa e pura
Onde tudo é calmo e belo.
Onde mora a poesia.     



      

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