terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Equívoco

"Ouviram do ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante"

Eu menino no sertão
Imaginava o Ipiranga.
Cavaleiro destemido
A bradar nas margens plácidas
Rio acima, rio abaixo.
Rosto vermelho de fúria
Coração acelerado
Bradando por um país
Sem escravos, sem invasores
Sem injustiças, sem pobres...

E o brado do Ipiranga
Atravessava o oceano
E ecoava distante
Nos campos verdes da europa
De onde vinha o invasor.

Depois veio a explicação:
Ipiranga era o rio, nem rio, o riacho.
Riacho de margens plácidas.
O grito retumbante era do povo.
Um povo sem rosto, sem nome, sem forças.
E o mais curioso, esse povo era eu.
Não entendi mais nada
E passei a duvidar das histórias.

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