terça-feira, 19 de março de 2019

SOBRE VIDA E MORTE



Quando ela chegou não fez perguntas, não olhou feio, não suspirou...
Era como se nunca tivesse estado ausente.
Limpou a casa, poliu os móveis, fez o de comer...
A oração foi a de sempre
E com a graça de Deus, todos comeram.


Não quis saber das histórias
Nem dos crimes
Nem das dores.
Apesar de tudo, a vida estava intacta.

Os sonhos, as lutas, as coisas...
De tão novas, ainda não tinham nomes
E as lembranças tinham sido arquivadas
Numa região além da memória.

Na existência recém-inaugurada
Tudo era uma coisa só: a palavra, o verbo, a carne.
O homem ainda não sabia nem do antes e nem do depois.

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