sexta-feira, 25 de maio de 2018

A MORTE DO AMOR

Quando o amor morreu, não foi assim, de repente, acidentalmente,
Como morrem os pássaros que se chocam contra as vidraças.
O amor morreu em silêncio
Sem a vantagem do susto,
Sem o benefício da morte rápida.

Primeiro o amor perdeu a fala.
Tinha tanto pra dizer,
Tantos sonhos pra explicar, tantas visões...
No entanto, não podia mais falar.

Depois, ele perdeu a visão.
Agora, tudo era escuridão.
Os sonhos, as visões, as cores...
Estavam apenas nas lembranças.
Porém, mesmo cego, ele continuava vivo.

Sem falar palavra,
Sem saber se era dia ou noite,
Ele apenas lembrava.

Quando as lembranças foram sumindo,
E mesmo com grande esforço, ele não conseguia lembrar,
Ele então levantou-se, dirigiu-se a porta que estava aberta,
E pegou uma estrada sem fim.
Foi embora para uma cidade distante
Onde é permitido morrer.    

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