terça-feira, 30 de julho de 2013

AMOR DE PAI





Quando eu saí de casa
Para viver por aqui,    
Eu estava tão apressado
Nem notei no que ficava.

Eu tinha o mundo todinho
Que mais podia querer?
Subi serras, nadei rios
Caminhei ruas escuras

Fiz festa, bebi, dancei...
Mas sempre tão apressado
Querendo usar o que tinha
Não via o que me faltava.

Então, um dia parei.
A festa tinha acabado,
Não queria mais andar.
Quis algo, não encontrei.

Abri mala, procurei
Na noite e no amanhecer.
Em vão, afastei os móveis
E nada, não encontrei.

Quando, já sem esperança
Fiz o percurso de volta
Com cuidado, fui  olhando
Até enfim, encontrar.

E vi, teu olhar discreto,
Tua lágrima, teu silêncio...
Tua forma de amar tão pura
Que eu nem vi, quando sai.    
   






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